Carros da principal categoria de monoposto do Brasil receberam um novo sistema elétrico, que abrange chicote, central eletrônica e sensores, que está causando uma série de abandonos em diversos times e prejudicando a confiabilidade do carro
Ryan Verra |
A rodada dupla da F-3 Brasil disputada no final do último mês no circuito gaúcho do Velopark, em Nova Santa Rita, acentuou a preocupação de pilotos e equipes com o novo sistema elétrico do carro, introduzido neste ano na categoria brasileira e cujo fornecedor é único a todas os times.
Com o objetivo de deixar o carro da F-3 mais atualizado, foi decidido que na temporada 2015 as equipes trocariam todo sistema que inclui chicote, sensores e uma nova central eletrônico. Uma única fornecedora atende a todos os pilotos, tanto na categoria principal quanto na Light.
O problema é que, passadas as rodadas duplas em Curitiba (em fevereiro) e agora no Velopak, carros de diversas equipes apresentaram problemas de confiabilidade, prejudicando muitos pilotos e causando quebras em sequência. Na corrida final de domingo, por exemplo, o safety car entrou três vezes na pista - a maioria das vezes por conta de pilotos que sofreram com problemas neste novo sistema elétrico.
"Entendemos que este é um sistema novo e que nunca foi usado em outra categoria, portanto é natural que alguns problemas apareçam. Mas, estamos custeando o desenvolvimento desde o ano passado, nossa preocupação enquanto equipe é garantir o melhor espetáculo para a F-3 Brasil e, da maneira que estamos, não é possível conseguir a confiabilidade de todos os carros, até porque é algo que não depende dos times, e sim de uma única fornecedora a todos no grid. Queremos estabelecer um diálogo para que nas próximas etapas este tipo de situação não ocorra mais", diz Sergio Burger, chefe de equipe da RR Racing Team, que teve problemas com seus dois carros da categoria Light (Andreas Visnardi e Felipe Ortiz) - os dois terminariam no pódio caso não tivessem problemas.
Rogério Raucci, proprietário da RR, destaca que nas quatro primeiras corridas do ano, praticamente todos os carros do grid tiveram ao menos um abandono por conta deste novo sistema. "É algo que está afetando a todos: nós, a Cesario, PropCar, Hitech, enfim, todo mundo no grid. Estamos preocupados porque precisamos de uma solução urgente antes da próxima etapa", diz Raucci.
"A substituição pelo novo sistema eletrônico foi decidida em reunião com a Vicar em 2014, sendo implantado no final do ano com a finalidade de melhorar a confiabilidade do sistema e também atualizar a categoria. Mas o sistema adquirido pelas equipes junto à fornecedora vem apresentando falhas e assim afetando todos os times, pilotos e a própria categoria e organização", diz Raucci.
Alguns dos pilotos da F-3 Light que participaram do campeonato em 2014 estão se destacando neste ano em categorias fortes na Europa, caso de Victor Baptista e Matheus Leist. "É fundamental que isso continue acontecendo e, se tivermos estes problemas de confiabilidade em um sistema que todas as equipes concordaram em custear o desenvolvimento, voltaremos a ter grids magros, nossa preocupação é que estas quebras que afetam não apenas os pilotos e times deste ano, mas todo trabalho de continuidade da F-3 Brasil, que está lutando justamente para se fortalecer neste momento", completa Raucci.
A fornecedora do sistema elétrico diz que já está em contato com as equipes e que o problema está relacionado a alguns tipos de vela que estão permitidas no regulamento e que podem causar falhas. "É fundamental que esta questão esteja resolvida já na próxima etapa", diz Raucci, citando a prova do dia 28 de junho, em Santa Cruz do Sul (RS).
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