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Esporte a motor em Goiás, no Brasil e no Mundo

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O espírito olímpico nosso de cada dia

F-Vee Brasil - O resgate de um sonho!  Formula Vee Brazil
O Brasil alcançou "apenas" o 22º lugar no quadro de medalhas no Jogos Olímpicos de Londres, que acabaram de se encerrar na Terra da Rainha. Foram 3 de ouro, 5 de prata e 9 de bronze, o que totalizou 17 medalhas. Vale lembrar que 79 países conseguiram pelo menos uma medalha de bronze.

Agora, o que vemos e ouvimos são pessoas que não se cansam em falar que o desempenho dos atletas foi medíocre, que o Brasil deveria ter ganho muito
mais medalhas e que a culpa disso tudo é dos próprios atletas. Será mesmo?

Não vou falar de futebol, afinal, praticamento todo mundo nasce com uma bola no pé, tem inúmeros campinhos espalhados por aí e nossa seleção está abaixo da crítica. Melhor falar mesmo dos esportes de uma forma geral. Você conhece algum parque aquático com piscinas olímpicas? Conhece um campo de hóquei na grama? Ou quadras e escolinhas de basquete em bom estado de jogo, que não tenha virado ponto de uso de drogas? E pista de ciclismo de velocidade? Aposto que só o paulistano que estiver lendo esse texto deve conhecer, mas já te adianto que ela não tem dimensões olímpicas. Melhor. Escolha um esporte olímpico aí de cabeça e tente raciocinar ou se lembrar se você já viu situações estimuladoras à sua prática. Acredito que a resposta será negativa.

Estímulo. Ta aí uma palavra que não é praticada no Brasil. A prática do esporte é um direito de qualquer cidadão brasileiro e, nessa condição, deveria ter como primeiro incentivador o Estado. Mas como já discutimos acima, é difícil encontrar pólos esportivos nesse país. Quiçá então esperar dinheiro vivo por lei de incentivo ao esporte (a não ser que você tenha a influência de um Pietro Fittipaldi - nada pessoal, mas sabemos que sobrenome conta e que o garoto de uns 10 patrocínios no macacão). Já que os Governos não se importam, vamos à luta por um bom patrocínio! Complicado também...

A maioria das empresas brasileiras não sabe - ou não quer - diferenciar gasto de investimento em marketing, o que inviabiliza o patrocínio esportivo pra todo mundo. Mas também pudera, a cultura de publicidade no Brasil é muito amadora, onde agências especializadas mal sabem o que fazem. Vide "Imagina se a gente fosse invisível...?".

Quer saber como o atleta olímpico chega lá? Pergunte a um piloto! De kart, moto, carro, jet-ski.. Estamos no país do PAItrocínio! E muita gente diz: "Só filinho de papai que pode correr de kart". Infelizmente isso tem um fundo de verdade, mas que bom para os jovens kartistas que eles têm pais presentes (e possivelmente bem sucedidos) que os amam muito e se dispõe a investir em suas carreiras. Há também os casos em que empresários investem em si mesmos, a fim de realizarem seus sonhos de infância que por um motivo outro, foram adiados. Isso é louvável!

Assim fazem os atletas olímpicos de outros esportes. Sim, "outros" esportes, pois há quem não concorde, mas esporte a motor também é esporte. Esses guerreiros são financiados por si mesmos ou por familiares e amigos, treinam em condições totalmente adversas, em locais impróprios e inseguros, tudo pelo amor ao esporte. Pode até ser clichê, mas estar numa olimpíada já é uma vitória, assim como disputar um campeonato de kart em qualquer canto do Brasil, regional ou nacional.

Então, caros leitores do Blog SBR, acho que nossos atletas, tanto os olímpicos quanto os de esporte a motor, merecem admiração em vez de críticas, incentivo em vez de inveja. Sei que nasci num país cuja cultura prega que ou você vence ou você não é nada, mas acredito que essa maioria não seja tão esmagadora assim.

O Brasil esta cheio de vencedores por aí. É a gente que não quer ver.


Por Fabrício Sousa, co-fundador do sonho Scuderia Brasil Racing

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